4/23/2017

MATERIALIDADE

Materialidade e Imaterialidade

Quando encenamos ou dançamos, o próprio corpo, ao se movimentar, dá significados e simboliza através de ações, idéias que queremos passar. As emoções que passamos, não são matérias palpáveis, no entanto, são chamadas de imaterialidades
Nosso corpo tem forma e as idéias que expressamos é o conteúdo da arte.
Toda produção artística utiliza uma matéria, na sua produção e na sua apreciação, percebemos a imaterialidade presente. E, é impossível separar forma e conteúdo numa obra, aliás, é pela forma e conteúdo que se percebe a identidade da produção de uma obra,  seu significado, impresso em cada artista e época.
Salas de espetáculos e de concerto, museus, galerias, instituições culturais são locais onde abrigam obras artísticas. Nestes espaços estão presentes diversos tipos de profissionais que trabalham e se envolvem com a Arte, curadores, museólogos, encenadores, maestros, cenógrafos, agentes educativos, e outros.
Outras atividades, como atividades circenses, sejam eles apresentados em palcos, ruas, ou em serviços voluntários beneficentes são também espaços e modos de participação da Arte.
 Além destes espaços fechados, as obras que habitam as ruas, seja elas visuais ou sonoras, também fazem parte do nosso patrimônio cultural e são memórias do nosso coletivo, bens culturais que apresentam a nossa história através da estética, das crença e de nossa cultura, formando nossa identidade.

Pinturas – Materialidade
Desde a pré-história, o Homem se expressa pela pintura, retirando da natureza materiais para expressar suas idéias. As primeiras tintas eram de origem animal – sangue e gordura -, e vegetal _ tritura de filhas, flores e minerais - queima de ossos e argilas coloridas. Os pincéis eram feitos de pêlos de animais e através dos furos dos ossos sopravam imitando o trabalho feito por canudos e espátulas. A falta de luz e de umidade favoreceu a conservação de pinturas feitas em cavernas.
Na antiguidade, outras cores, e matérias passa a ser exploradas pelo homem. No Egito, cores como  o amarelo e castanhos extraídos de sua argila, o branco tirado do gesso, o azul e o verde de fragmentos das pastas de vidros, o uso do cobalto, do cobre  e do negro-fumo são usados para pintar estuques e afrescos principalmente sobre os túmulos. Na Mesopotâmia, restam-nos pinturas feitas sobre azulejos das fachadas de palácios e muros. Os árabes contribuíram com a invenção do azul ultramar retirado da pedra lápis lazuli, mistura do enxofre com mercúrio formando o roxo brilhante muito usado pelos chineses. Os gregos, muito copiaram dos romanos, as pinturas de murais e cerâmicas, mas prevaleceu a mistura de figuras negras sobre fundo vermelho e vice-versa. Os romanos, extraíram  a cor púrpura do caracol marinho, o verde gris da corrosão das placas de cobre, o azul índigo do indigueiro.
Na Idade Média, era natural pintar motivos cristãos sobre catatumbas.  No período gótico, o uso de pintura em vitrais, em madeiras e em altares nas catedrais, com fundos dourados que davam ilusão de espiritualidade espacial marcaram este período. A técnica mais utilizada neste período era com pigmentos misturados em clara de ovo, principalmente na madeira.
O Renascimento, a introdução da tinta a óleo e o óleo de linhaça para secagem, tornou-se uma técnica mais econômica e cômoda comparada a têmpera.

E, quanto ao suporte, a madeira foi substituída pela tela. Outros materiais como a sanguinea, um cré natural (almagre) de cor avermelhada preparado como um lápis; pincel de pena com ponta de prata, espécie de estilete; o carvão; o lápis pastel - macio e gomoso, feito de cor misturado a cola natural-, o uso de cartões pré elaborados decalcados em paredes também contribuíram para facilitar as produções artísticas a partir de então.
Em 1704 Em Berlim descobriram o azul da Prússia e o amarelo-nápoles. Depois, foi difundido a aquarela, e no século XIX, uma ampliação de cores resultante de pesquisas da indústria tintureira,como amarelo-cromo, amarelo-cádmio e o cobalto, a púrpura extraída da raiz da rúbia, o branco de titânio, a tinta acrílica, levando a relegar as tintas naturais.
Materiais
Tinturas: carvão,anilina, lápis de cera, lápis de cor, nanquim, guache, hidrográfica,  tinta para pintura a dedo,           guache, giz pastel, e outros naturais.
Suporte: tela, parede, madeira, vidros, papelão, papel de embrulho, etc.
Feitio de matérias artesanais
Tela: usar pano de saco com boa cramatura, jeans, lençol velho. Usar  cola branca, cascorez ou tenaz e água na proporção de 1/3 e passar com um pincel grande, primeiro na horizontal , deixar secar e repassar na vertical. Depois de seca lixar com lixa de parece grossa ou fina dependendo do tecido usado.
Pincéis: usar corda sisal cortar, colar com fita adesiva num palito de madeira. Deixar de molho num  condicionador de cabelo, depois desfia-lo e penteá-lo. Uso de pêlos diversos.
Tintas
1.º:
1 medida de goma arábica (serve como aglutinante), 2 medidas de água, colocar um pigmento em pó qualquer ( pode ser xadrez, flores macetadas, etc)
2.º Têmpera
Gema de ovo, um fungicida ( pode ser o óleo de cravo usado por dentista – um pingo).
Passar a gema de uma mão para outra até secar e sair a película, peneirar, colocar água, e qualquer pigmento, e ir fazendo o experimento, anotando 1X1, 2X1, e ir fazendo o experimento.
3.º Aquarela
Vermelho-  baba de quiabo misturado com beterraba
Molde
Papel acetato, capa de pasta velha, chapa de raio X, moldes da natureza, folhas, moedas, etc.
Materiais Diversos
Revistas, bom brill, escovas de dente velha, peneira, esponja, espátulas, etc.

Proposta: Individual:Caderno de desenho: Escolher uma técnica, se pintura, fabricar seu próprio pincel, e se possível sua própria tinta e compor uma pintura figurativa ou abstrata. Não esquecer que além da materialidade, forma e conteúdo deve haver a imaterialidade introduzida na obra. No caderno de textos: Fazer um relatório sobre todo o processo.

Em grupo: Planejar, trazer materiais diversificados conforme planejamento do grupo.  Não esqueça de relatar.

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